Curiosidades Mitológicas #1 — O surgimento dos Deuses Egípcios — Enéade de Heliópolis
E aí galera, como vão? Este é o primeiro post no "Curiosidades Mitológicas" e espero que curtam o blog e todo o seu conteúdo, tanto quanto eu curto procurar saber mais sobre mitologias.
Irei falar sobre diversos assuntos, de diferentes mitologias e espero abordar sobre tudo isso de uma maneira fácil de entender!
Então vamos ao post?
O SURGIMENTO DOS DEUSES EGÍPCIOS
Existem inúmeras versões do surgimento dos Deuses Egípcios, vou postar as que conheço mais para frente, mas nesse primeiro post vou focar na principal, Enéade de Heliópolis, que é um dos três mitos que surgiram durante o Império Antigo na tentativa de explicar o surgimento do mundo.
Nela, acreditam que tudo era água no início (uma entidade sem forma física conhecida por Nun, que é o deus dos oceanos primordiais) e que, do nada, surgiu uma flor de Lótus e dentro dela estava o deus-Sol Atum (talvez você o conheça pelo nome "Rá").
Mas saibam que Rá é a personificação do Sol, e o Sol tem um ciclo de vida e morte que tem várias formas diferentes. Ao amanhecer, é chamado de Khepri (um escaravelho). Ao meio-dia, ele vira Ra Horakhty (o falcão majestoso, associado também a Heru, que voa pelo céu em sua barca solar). E, no pôr do Sol, ele fica velho e vira Atum (um deus humano).
Atum tinha o Hu (poder da palavra, o verbo sagrado), Sia (a percepção e a criatividade) e Heka (a magia, o poder de concretizar as ideias).
Ele iluminou a escuridão de água com sua luz, e com isso ele acabou criando todo o princípio de Harmonia, Equilíbrio e Justiça, personificados por Ma'at.
E assim o universo foi feito como conhecemos: A Escuridão e a Luz, o Caos e a Ordem.
Atum, meio cansado de ficar lá no meio da água, resolveu criar um espacinho para ficar. Ele criou um monte de terra, que se ergueu da água e ganhou o nome de Ben Ben (esse nome é bem ridículo, mas o que podemos fazer? - risos -).
(Pedra Benben da pirâmide de Amenemhat III, XII dinastia egípcia. Museu Egípcio, Cairo.)
Lá Atum sentou-se e ficou. Mas, o deus-Sol começou a se sentir meio sozinho e, usando sua mão ele, enfim, chacoalhou o yakult (se é que vocês me entendem).
E, de alguma forma, ele acaba engolindo seu esperma e depois cuspiu um deus. Dessa cuspida sai Shu, o deus do ar e do espaço vazio.
E depois de cuspir Shu, Atum escarra Tefnut, a deusa da umidade.
Shu e Tefnut se casam (sim, no Egito Antigo eles casavam-se com irmãos, a fim de manter tudo entre sangue do mesmo sangue - também, convenhamos que só tinha eles lá, então fazia sentido uma hora ou outra eles ficarem juntos) e têm dois filhos: Geb, deus da terra e Nut, deusa do céu.
Eles ficaram tanto tempo olhando um pra cara do outro que acabou rolando um clima (sim, novamente o incesto) e eles se apaixonaram. Nut, safadjenha, se deixa cair sobre o corpo de Geb, esmagando assim os pobres mortais que ficavam no meio disso tudo.
Ah! Esqueci de dizer. Quando era apenas Atum, Shu e Tefnut, os dois irmãos decidiram dar um passeio e sumiram. Atum decide usar seu olho super poderoso (talvez vocês o conheçam como "O Olho de Hórus - sim, o mesmo olho, explico essa história em outra situação) e eventualmente ele encontra os filhos, e na felicidade acabou chorando e de suas lágrimas que caíram no solo nasceram nós, os mortais.
Há, também, outra variável dessa história. Dizendo que o olho de Atum se transforma em Hwt-hor, uma de suas filhas, e quando ela volta depois de achar Shu e Tefnut e vê que Atum já arranjou outro olho, ela chora de raiva, decepção e amargura e, são das lágrimas dela que nós viemos.
No fim, nós nascemos das lágrimas.
Voltando a Geb e Nut...
Depois de Nut cair nos braços de Geb, Atum ficou muito nervoso e mandou Shu ficar entre os dois. E Shu vai, entre os filhos e impedindo os mortais de serem esmagados.
Nut vira a abóbada celeste com estrelas espalhas pelo corpo e suas lágrimas, por ter sido separada de Geb, viraram chuva. Sua voz era o trovão e suas mãos e pés tocava cada ponto cardeal.
Mas, esse tempo que Nut ficou junto de Geb serviu pra alguma coisa: Nut estava grávida (a primeira reprodução normal aqui, obrigada meu bom Rá - risos -).
Atum ficou sabendo que seria bisavô e ficou possesso, por que havia uma antiga profecia que dizia que ele iria ser destronado por um dos filhos de Nut. E, então, ele proíbe Nut de dar a luz durante 360 dias, o que para eles era um ano (como se fosse normal segurar as crias dentro do útero só porque ele queria, não é mesmo?).
Vendo o sofrimento de Nut, Djehuty Thot, que surgiu de alguma forma desconhecida, vai até a Lua para fazer uma aposta que consistia em quem perder no jogo Senet (criado por ele) teria de realizar um desejo do ganhador.
E, como ele mesmo tinha criado aquele jogo, ele ganhou de lavada contra a Lua e pediu que aumentasse cinco dias no ano, virando assim 365 dias (o tanto de dias que temos nos dias de hoje).
Ironicamente, foi Djehuty Thot quem criou o calendário e ele que representava a Lua naquela época, já que Khonsu ainda não tinha surgido.
E, aproveitando esses cinco dias, Nut deu a luz, finalmente.
De sua barriga enorme, nasceram Ausar, primogênito (deus da vegetação e que ganhou o trono do Egito), Auset (deusa da magia, uma curandeira poderosa do Panteão que se casou com seu irmão, Ausar), Nebt-hwt (a deusa protetora dos mortos, que casou-se com seu outro irmão...), Sutekh Set (deus do caos, governante das terras vermelhas e áridas do deserto).
Talvez vocês apenas conheçam eles como Osíris, Ísis, Néftis e Set, seus nomes mais conhecidos.
Os Cinco Dias Epagômenos eram considerados dias ruins, por causa do nascimento de Set, o Caos. Aliás, no dia do Aniversário de Set, os egípcios evitavam tomar decisões importantes.
E esses são os Nove Deuses que compõe a Enéade de Heliópolis!
Atum-Rá, Shu, Tefnut, Geb, Nut (5 deuses)
Osíris, Set, Ísis e Néftis (4 deuses)
Bem, parece que deixaram Ma'at, Thot e Hwt-hor de lado, não é mesmo? :v
Até o próximo post, galera <3
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